No ido dia 2 de setembro do ano
em curso, no Mosteiro de Tibães, foi mais uma vez tempo de lembrar o passado através
do projeto “Encomendação, Botar ou Lançar as Almas”.
O GAMT, consciente do importante
valor patrimonial das histórias de vida, participou pelo quarto ano consecutivo
nas comemorações do Dia da Freguesia, contribuindo assim para a defesa do património
cultural imaterial de um povo, à beira do esquecimento, e que a todos compete
defender.
Nesse sentido, projetou um
trabalho de pesquisa com um pequeno levantamento sobre o ritual cantado nas
noites da Quaresma ou do mês dos finados, entrevistando algumas lançadeiras e
lançadores do “Botar das Almas” que na sua juventude anunciaram, cantando em
alta voz, a necessidade dos pecadores se converterem e de rezarem pelas almas
do purgatório. Registou também em vídeo esse costume antigo com a participação
de alguns utentes do Centro Social de Mire de Tibães que decidiram partilhar os
seus valiosos conhecimentos.
Na tarde de domingo, o “Botar ou
Lançar as Almas” foi apresentado a um público atento e participativo, interessado
numa discussão sobre este ancestral costume que, até inícios da década de
setenta do século passado, fez parte da tradição cultural de Mire de Tibães e
povoações circundantes, tendo como exemplo as pertencentes ao antigo Couto de
Tibães.
O Culto das Almas |
Houve a oportunidade de recordar o
tom melancólico dessas vozes algo atemorizadoras, que ecoavam à noite, do cimo
das árvores ou de um terraço por cima da cozinha ou barraco, de um muro, uma
escada junto a uma meda de palha ou ramada, através das gravações efetuadas e
da intervenção de uma participante na tertúlia.
Cumprimos os objetivos traçados
ao ouvir, falar, recolher depoimentos, registar e transformar em informação para
preservar a memória oral de uma comunidade, fonte de conhecimento, compreensão
e união entre as pessoas.
Agradecemos o apoio da Junta de Freguesia de
Mire de Tibães e do Centro Social e Paroquial de Mire de Tibães que cooperaram na
concretização deste trabalho.
Reconhecemos também a ajuda dos
nossos oradores convidados Albertino Gonçalves, Professor do Instituto de
Ciências Sociais da Universidade do Minho e José Pinto, Presidente da Rusga de
S. Vicente, que aceitaram falar das suas experiências de pesquisa da Memória popular.
Conselho Diretor do GAMT
Orador José Pinto |
Oradores Albertino Gonçalves e Aida Mata |
Recolha Testemunhos |
Público Participativo |
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