Idas
as festividades natalícias e de ano novo, estava na altura de o GAMT retomar as
suas atividades com novos trajetos beneditinos.
Assim,
o primeiro encontro do ano foi no passado dia 26 de Janeiro com o 23º Percurso
Beneditino a Lisboa, que incluía visita guiada ao Palácio de São
Bento/Assembleia da República e ao Museu e Igreja de S. Roque.
Definido
o percurso, era necessário escolher o transporte. Depois de analisadas várias
propostas, o GAMT decidiu-se pelo autocarro atendendo à sua versatilidade e conforto.
A previsão de partida a uma hora matinal não muito comum (cinco horas da matina!),
prognosticava um retraimento na adesão das pessoas para tal aventura… mas desenganem-se,
foi uma anuência meteórica! No espaço de três dias tivemos lotação esgotada e
com amigos em lista de espera!
Numa
pontualidade quase britânica, arrancamos para a capital, uns mais ensonados que
outros e alguns bem despertos pela ansiedade característica de novas
descobertas.
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Fachada da Igreja de S. Roque |
Chegados
ao largo Trindade Coelho, esperava-nos um guia atencioso para nos encaminhar
para a igreja de São Roque, casa mãe da Companhia de Jesus em Portugal e um dos
raros edifícios em Lisboa a sobreviver ao Terramoto de 1755 relativamente intacto.
Observando
uma fachada simples e austera, entrámos e ficámos deslumbrados com uma
igreja-salão, ricamente decorada com talha dourada, pinturas e azulejos, um
esplendoroso teto decorado com pequenas cenas bíblicas, ladeada por diversas
capelas no estilo barroco, onde se destaca a de São João Baptista, obra-prima
da arte italiana do século XVIII, encomendada por D. João V, supondo-se que tenha
sido à época a mais cara capela da Europa. Nesta magnífica igreja-salão, o
Padre António Vieira terá proferido alguns dos seus extraordinários sermões que
no século XVII terão sido verdadeiros acontecimentos sociais.
Na
sequência de uma visita atenta e sempre participada, com preciosos e oportunos acrescentos
informativos de Anabela Ramos, Paulo Oliveira e Aida Mata, dirigimo-nos para o
edifício contíguo, o Museu de São Roque, que está instalado no espaço da antiga
Casa Professa da Companhia de Jesus em Lisboa, construída no final do século XVI
e decorada com diversas campanhas de trabalhos entre o final do século XVI e o
XIX.
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Interior da Igreja de S. Roque |
Este
espaço abriu ao público em 1905, com a designação de Museu do Tesouro da Capela
de São João Baptista, em evocação da importante coleção de arte italiana que
está na origem da sua criação. Nos anos 60 ganhou um novo sentido ao ser-lhe,
explicitamente, associada a Igreja de São Roque, introduzindo-se, deste modo, o
conceito de Museu de Monumento. No interior pudemos ver pintura, escultura e
arte sacra do século XIV ao XVIII, com referência especial à arte
indo-europeia, um dos mais importantes conjuntos de relicários do mundo e uma coleção
de ourivesaria e paramentaria barroca considerada pelos especialistas como
sendo de qualidade única a nível mundial, a coleção de alfaias da capela de São
João Baptista, executada em Roma no século XVIII.
Como
habitualmente, o tempo esfumou-se, tornando curta a visita, mesmo aumentando
meia hora ao delineado. Correndo contra o relógio, encarreiramo-nos em direção
à Cervejaria Trindade, uns metros abaixo do Museu de São Roque, para num almoço
comum devorar os petiscos encomendados: bife de novilho à Trindade ou bacalhau
conventual.
Foi
bom propósito agilizar o pouco tempo de que se dispunha para almoçar num espaço
com disponibilidade para receber o grupo, tendo como sinal mais tratar-se da
mais antiga cervejaria de Portugal, construída em
1836, nas ruínas do Convento da Santíssima Trindade dos Frades Trinos.
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Palácio de S. Bento |
Feito
este delicioso intervalo, raspa-te que se faz tarde! O autocarro esperava-nos para
a segunda parte do programa: o Palácio de S. Bento/Assembleia da República.
Ali
chegados, vislumbrámos a majestosa fachada de estilo neoclássico e rapidamente
subimos a escadaria. Depois de um rigoroso controlo de entrada, como se de um
embarque se tratasse, fomos encaminhados para a sala do antigo refeitório dos
monges onde escutámos como prelúdio uma oportuna introdução histórica
documentada do que foi o Palácio de S. Bento.
Pela
voz da Doutora Teresa Parra da Silva, ouvimos falar dos diversos usos deste
monumento nacional, classificado em fevereiro de 2002, desde os tempos em que
foi mosteiro beneditino [1615-1834], Mosteiro de S. Bento da Saúde, até aos
seus usos como Assembleia das Cortes [1834-1937]; Assembleia Nacional
Constituinte [1911-1926]; Assembleia Nacional [1934-1975] e a atual Assembleia
da República.
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Palestra Refeitório Mosteiro de S. Bento |
Apercebemo-nos
dos seus diferentes edificados desde o projeto beneditino de Baltazar Alvares e
de Frei João Turriano, até à construção de nova ala, [1994-1997] da autoria do arquiteto
Fernando Távora, destinada à residência oficial do Presidente da Assembleia da
República e a gabinetes para os deputados passando pelas obras de remodelação
dos espaços interiores e exteriores, começadas em 1896 com direção do arquiteto
Ventura Terra e continuadas ao longo de todo o século XX, rematadas com a
monumentalização da zona envolvente e a construção da fachada principal e
escadaria exterior.
(Ver vídeo sobre a história do monumento)
De Mosteiro a Parlamento | "Espaços com História"
Entrámos
pelo átrio principal do Palácio de São Bento, dos
raros espaços originais do antigo Mosteiro de São Bento, onde se situava a
igreja monástica, da qual se mantém o pavimento original de mármore branco e rosa.
Detetámos que no lugar das antigas capelas laterais, agora fechadas, funciona
como uma sucessão de nichos, encontrando-se vários bustos de algumas
personalidades históricas.
Para
além do átrio principal, destacamos a visita do jardim interior, o claustro, a
sala de visitas do
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Salão Nobre Palácio S. Bento |
Presidente, o Salão Nobre, os Passos Perdidos, a Sala das
Sessões, a Biblioteca Passos Manuel, o Arquivo Histórico Parlamentar ou Sala
dos Arcos, situada numa das áreas de armazenamento do
antigo mosteiro e que é um dos poucos espaços monásticos ainda existentes no
Palácio de S. Bento.
Depois
da foto de grupo tirada em jeito de despedida na escadaria do Palácio de S.
Bento, regressámos saciados culturalmente para Braga.
Contudo,
como a hora de chegada previa um jantar tardio, o bom senso determinou que se
fizesse uma ligeira pausa no estratégico restaurante O Manjar Do Marquês, em Pombal,
que permitisse saborear o delicioso arroz de tomate com panados, pastéis de
bacalhau ou outros pitéus.
E
durante a viagem as pessoas perguntavam já impacientes: Qual é a próxima atividade do GAMT?
E
a resposta foi: Consultem o Facebook do
GAMT!
Todos
concordamos que o saber não ocupa lugar e faz-nos crescer. Continuemos pois a
crescer…
Sócio do GAMT nº 2
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Capela S. João Batista Igreja S. Roque |
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Capela-Mor Igreja S. Roque |
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Cofre-Relicário S. Francisco Xavier |
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Cervejaria Trindade |
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Mosteiro de S. Bento da Saúde |
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Átrio Palácio S. Bento |
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Escadaria Palácio S. Bento |
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Assembleia da República |
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Claustro Palácio S. Bento |
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Arquivo Palácio S. Bento |
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Biblioteca Passos Manuel Palácio S. Bento |
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Grupo na Escadaria Exterior do Palácio S. Bento / Lisboa |
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