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Cruz de Pau |
Passaram-se os anos e já neste século, após um terrível
incêndio que devastou a encosta do monte de S. Gens/S. Filipe, vertente da
freguesia de Padim da Graça, até ao rio Cávado, ficaram visíveis muros
divisórios de propriedades e outras pedras. Algum tempo depois, decorria o ano
dois mil e dez, a equipa educativa do Mosteiro de Tibães teve a venturosa ideia
de propor um safari fotográfico, denominado Caminhada
com História, que abrangia também a zona ardida, para mostrar outro tipo de
património existente na área do antigo couto de Tibães. Despertava assim o
gosto pela descoberta.
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Pedroso |
Numa manhã de primavera, durante uma das caminhadas semanais para
a manutenção do físico e da alma, realizando o percurso pedestre atrás referido,
acordou a ideia do levantamento exaustivo, com suporte histórico, de todos os
marcos do couto e de freguesia de Mire de Tibães. Tinha toda a lógica fazê-lo,
pois a História grandiosa do Mosteiro e da freguesia de Mire de Tibães o justificava.
É então que o professor e historiador José Carlos Peixoto,
filho da terra, e o seu companheiro das andadas, professor Florêncio Gonçalves,
com a responsabilidade de serem ambos sócios do GAMT, se metem na ditosa tarefa
de achar os marcos de demarcação de fronteiras. Cada dia, era elegida uma zona
que segundo a análise dos tombos de delimitação e confrontação nos indicavam a
sua existência. Qualquer descoberta era sempre um verdadeiro regozijo. Foi uma empreitada
longa e árdua, mas sem dúvida reconfortante, na qual também colaborou o
engenheiro José Rodrigues, igualmente sócio do GAMT.
O trabalho investigativo do professor José Carlos foi
crescendo durante os dois anos de pesquisa, resultando numa produção científica
exemplar que se deu à estampa em 2014 com o título Tibães: marcos e domínios apoiada pela Junta de Freguesia. A memória da terra ficou mais rica.
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Cangosta de Sobrado |
A Junta de Freguesia de Mire de Tibães já interiorizou este
apelo e, com a colaboração do GAMT, tem vindo a fazer a sua divulgação ao longo
destes dois últimos anos, através de caminhadas pelos marcos de demarcação, por
altura da celebração do dia da freguesia, realizando os trilhos de São Martinho
de Tibães e de Santa Maria de Mire, antigas divisões administrativas do couto
de Tibães.
Segundo as notícias recentemente veiculadas pelos órgãos de
comunicação social, o processo de qualificação patrimonial está a ser bem
encaminhado, quer pela Junta de Freguesia de Mire de Tibães, que já elaborou a
documentação requerida, quer pela Câmara e Assembleia Municipal de Braga, que
aprovaram por unanimidade a classificação dos Marcos de Mire de Tibães como
património de interesse municipal.
A criação de um roteiro museológico para a reabilitação deste
acervo da demarcação está em andamento. Bem hajam, porque o património construído
ou natural a todos pertence. Vamos preservá-lo.
Florêncio Gonçalves, sócio do GAMT
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Agrafonte |
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Carregal |
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Carvalhinho |
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