Lembrando Percursos Beneditinos GAMT - Tibães em Braga I

No âmbito do projeto GAMT "Percursos Beneditinos", temos vindo a visitar espaços onde a memória beneditina se encontra viva, visível e, em alguns casos, bem conservada.
Neste sexto itinerário, fomos conhecer e reconhecer património do Mosteiro de Tibães na cidade de Braga. Visitámos espaços religiosos, culturais, espaços públicos que nos mostraram património, falaram-nos da história de Tibães e da congregação beneditina.
Sé de Braga torres sineiras e orago
No dia sete de fevereiro de 2015, pelas nove e meia da manhã, começámos então a concentrar-nos diante do portal principal da Sé de Braga. Éramos um grupo numeroso, cerca de quarenta participantes, o dobro do previsto, quando, pelas dez horas, entrámos na Sé de Braga.
Esta basílica primacial é um valioso complexo religioso que remonta aos inícios da nacionalidade. Ali, podemos apreciar vários gostos arquitetónicos, desde o românico, passando pelo gótico, manuelino, até ao barroco.
Sé de Braga lampadário
Subindo a nave central, na zona do transepto e diante do altar-mor da catedral, principiámos por admirar o deslumbrante lampadário e banqueta de prata, datado de 1788, provenientes da capela-mor do Mosteiro de Tibães.
Dirigimo-nos à sacristia e deparamo-nos com um espaço acolhedor. Contrariamente ao corpo do templo, é uma divisão bem iluminada por rasgadas janelas, com uma extraordinária cobertura em abóbada de caixotões em pedra, contendo dois extensos arcazes e lindos retábulos-relicários. Nos gavetões dos arcazes, encontrámos algumas alfaias, paramentaria e, por cima destes móveis, dois valiosos espelhos com molduras dourados que, tal como alguns paramentos, foram retirados da sacristia do Mosteiro beneditino de Tibães.
De seguida, encaminharam-nos para a secção do Tesouro-Museu recentemente ampliado e melhorado, onde a sua curadora, para melhor observação, expôs gentilmente algumas peças de vestuário litúrgicas (estolas, casulas, dalmáticas e pluviais) usadas nas celebrações, também oriundas do Mosteiro tibanense.
Continuámos a nossa visita na Biblioteca Pública e no Arquivo Distrital, cujas instalações se encontram ainda no antigo Paço do Arcebispo D. José de Bragança.
Escadas de acesso ao salão nobre
Na escadaria de acesso ao Salão do Arquivo pudemos visualizar com agrado, na parede de um patamar das escadas, o quadro com a carta de Couto de Tibães e os retratos do Conde D. Henrique e da Rainha D. Teresa. Este documento atesta a antiguidade e nobreza do couto, nele se estabelecendo o antigo concelho de Tibães e regulando a sua administração com deveres e privilégios. Quão agradável seria o seu justo retorno ao Mosteiro de Tibães, sem dúvida um espaço mais honroso, no decorrer deste ano em que se celebram os quinhentos anos do Foral Manuelino!
Carta de Couto de Tibães
Entrados nas lindas acomodações onde se conserva parte da livraria de Tibães, admirámos com entusiasmo um conjunto documental bem diverso como recibos, salários, pensões, visitas, arrendamentos e outros manuscritos da livraria do nosso mosteiro. Para a maioria dos visitantes, tratou-se da descoberta mais significativa do dia, sossegando os espíritos pelo bom estado de conservação em que se encontram estes documentos. O cartório encontrava-se exposto para a nossa visita.
Painel de azulejos do Mosteiro de Tibães
Terminámos este percurso no átrio da Reitoria, no Largo do Paço, para vermos os dois painéis de azulejos oriundos do Claustro do Cemitério do Mosteiro de Tibães. São painéis de azulejos de estilo rococó, datados de 1770, que historiam a vida de São Bento em cenas figuradas monocromáticas a azul e branco. Embora embeleze o espaço, desde que o Mosteiro foi exemplarmente recuperado, a área deixada em branco na parede original, aguarda a sua sensata devolução.
Cumprida esta etapa em mais uma iniciativa gratuita, e como a curiosidade é muita, instalou-se de imediato o desejo que o próximo percurso não tardasse.
Sócio do GAMT nº 2

Sé de Braga - basílica primacial

Portal principal Sé de Braga

Sé de Braga gostos arquitetónicos

Paço do Arcebispo D. José de Bragança

Átrio da Reitoria no Largo do Paço