Dando observância ao nosso plano de
atividades para 2016, realizámos no dia 5 de Novembro o 13º Percurso
Beneditino, a primeira etapa do projeto S.
Bento em Braga.
Era dia do habitual mercado na cidade
de Braga, as pessoas rodopiavam
na rua carregadas de compras, algo friorentas. O tempo esfriara e apresentava uma
ténue ameaça de chuva fria e um sol envergonhado.
Fachada da Igreja do Carmo |
É este o alçado imponente que podemos
observar e que conheceu a elevação que ainda hoje conserva, com a torre central
a aparentar uma espécie de trono em honra de Nossa Senhora do Carmo, em vários
andares, dividido em quatro registos por duplas cornijas. Esta fachada é
aberta, no piso térreo, por três arcos de volta perfeita: o central permite o
acesso à igreja e os laterais às antigas dependências conventuais.
Entrando na igreja, os nossos olhos
enchem-se com a visão da nave única ornamentada com talha dourada omnipresente nas
sanefas e retábulos barrocos e neoclássicos que nos aquecem o espírito. É uma
construção com planta em forma de cruz latina, com coro alto onde se destacam as caixas dos órgãos com
forma de bacias, dois púlpitos e duas capelas laterais, uma delas dedicada a S.
Bento.
Núcleo Museológico do Carmo |
Se a talha dourada nos prendeu a
atenção, o conjunto da imaginária de vulto, estofada, dourada e policromada,
deslumbrou os nossos olhos.
De seguida, no acesso à sacristia, encaminhamo-nos
para o Núcleo Museológico do Carmo inaugurado em 2013. O espaço contém imagens, paramentos, documentos
sobre a vida dos carmelitas naquele convento e outros objetos de culto da
instituição religiosa. Destacamos a sua extraordinária sacristia com retábulos,
relicários e volumoso arcaz, não esquecendo a sua extensa antecâmara com lavabo
de parede.
O percurso contemplava ainda a igreja
de S. Vicente, para onde nos deslocamos por volta do meio-dia. Ali,
esperava-nos o sócio do GAMT, José Pinto, Juiz Presidente da Irmandade de São
Vicente, para nos abrir as portas, acompanhar na visita e acrescentar
informação.
Fachada da Igreja de S. Vicente |
Entrados no interior da igreja, para
além da inevitável perceção da valiosa e omnipresente talha dourada, aos nossos
olhos destacaram-se os painéis de azulejos, a maioria datada do século dezanove,
que relatam episódios históricos e martírio de São Vicente, o orago do
templo.
Para finalizar, dirigimo-nos à
sacristia. Na verdade, a sua remodelação não terá sido a mais feliz mas,
segundo consta, terá ocorrido por questões de segurança do edificado. No
entanto, possui objetos de interesse para apreciação. Por exemplo, numa das
paredes, guarda um tesouro de estimar: uma lápide tumular visigótica com uma
inscrição epigráfica que explicará a existência de um templo primitivo, bem
anterior à atual igreja.
Em jeito de despedida, deixaremos aqui
o registo do apelo da Irmandade de S. Vicente para a premência de uma
intervenção no telhado, por parte da Direção Geral do Património Cultural, de
forma a suster perigosas infiltrações que se afiguram desastrosas para um edifício
há pouco tempo intervencionado.
Sócio
do GAMT nº 2Aula no interior da Igreja de S.Vicente |
Sacristia da Igreja do Carmo |
Epígrafe tumular visigótica - Sacristia da Igreja de S. Vicente |
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